quarta-feira, 18 de maio de 2011

Palhaçada.

Vezenquando a gente faz umas coisas né... Um dia desses eu resolvi que te daria um circo. É, um circo mesmo. Daí você deve estar se perguntando, neste momento, o porquê de um presente tão excêntrico.
Sabe o que é? Em um circo a gente vê de tudo... A gente se impressiona com os malabaristas, fica tenso com o globo da morte, vibra com o domador de animais, se assusta com a mulher-barbada, curte as dançarinas, teme o homem que cospe fogo e, no fundo, torce pra que quem está com perna-de-pau caia.
Queria, com isso, deixar você viver todas as emoções em um mesmo lugar. Queria que quando você fica triste com alguma coisa, logo alguém fizesse uma graça e seu bom-humor retornasse. Agora, vendo por esse lado, você não acha que nossa vida parece um circo? Temos plateia, atrações, dias de lucro e dias que temos que fugir de tudo e todos.
De repente você assumiu essa vida circense e se transformou muito. Após te apresentar a esse “novo mundo”, suas prioridades mudaram. Você achou espaço para todas as atrações. Fiquei por último. Já que eu era a pessoa que te fazia rir, chorar, rir pra não chorar e chorar de rir, você me deixou como o palhaço. Logo eu. A decepção foi inevitável. O arrependimento, a primeira coisa que pensei. O entendimento veio com o tempo. E o amor? Ah, esse foi o mesmo de todo sempre.

Paulo Pimenta

quarta-feira, 30 de março de 2011

Que Brasília é essa mesmo?

Brasília é uma cidade que existe “entre quatro paredes”. Pessoas frias, cada um cuida do que é seu, sempre andando com aquelas caras-de-metrô – a qual impedem qualquer forma de contato – e desfavorecidas culturalmente, comparadas aos brasileiros de outras cidades. Como pode a capital de um país não ser lembrada pelo mundo? Ou mesmo não ter todo o clima que os turistas imaginam do Brasil? É uma situação deveras complicada, visto que vivemos num lugar onde não há o colorido de cidades tropicais. Brasília pode ser potilizada, porém é extremamente elitizada. Rodeados de mármore fomos, pouco a pouco, nos tornando mais distantes do resto do país.
Encontrar a identidade cultural de Brasília não é fácil. Rock and Roll? Será? Da mesma forma que o Rio tem o samba e a Amazônia o bumba-meu-boi (apesar de ter vindo do Nordeste), Brasília deveria ter algo, mas não possuímos. Somos obrigados a consumir apenas aquilo que nos é oferecido, já que não temos nada que, de fato, nos pertença. Dessa maneira, o teatro se torna caro, shows são caros e tudo que é ligado à cultura tem um preço salgado.
Talvez a solução para tudo isso fosse criar a Escola de Artes de Brasília. A qual oferecesse cursos de artes cênicas, visuais, música e dança voltados para apresentações periódicas pelos palcos da cidade. Escola cujo objetivo fosse “criar” os próprios artistas, com custo menor, dando a oportunidade de mais pessoas consumirem cultura. As pessoas precisam de cultura. Brasília, de pessoas com cultura.

Paulo Pimenta

*Artigo produzido com a finalidade de discutir sobre possíveis intervenções urbanas em Brasília.

quarta-feira, 9 de março de 2011

Fragmentos de saudade.

Depois de tantos encontros rápidos finalmente pude ter um tempo maior
com você... Já estava na hora, né?! Eu sei, eu sei, foi um erro meu.
Há muito tempo não me sentia tão bem como naquelas horas que passamos
juntos hoje. Passar a tarde ao seu lado deitado no banco próximo de onde
você estava, ter aquela conversa tão boa, em voz alta, sem ligar se
tinha alguém ouvindo ou não... Foram coisas que fizeram meu dia mais feliz.
Hoje me senti protegido de verdade e senti que você estava ao meu
lado. Ah! Sonhei com você essa semana, esqueci de te contar! Foi
maravilhoso, queria sonhar aquilo todos os dias.
Aliás, quero mais você todos os dias. Já estamos separados há algum tempo e a minha necessidade de você só aumenta mais e mais. Essa semana conversei sobre você com um amigo e ouvi umas coisas duras que me deixaram mais mole. No entanto, foi bom. Cheguei à conclusão de que, infelizmente, ninguém jamais ocupará seu posto nem me dará aquilo que você seria capaz de me oferecer.
Obrigado, pai, pelas horas maravilhosas que pude desfrutar ao seu lado. E, onde quer que o senhor esteja, saiba que meu pensamento estará sempre ligado a ti. Metade do que sou hoje devo ao que o senhor me ensinou. Daqui uns anos – espero – a gente se encontra. Vamos nos lembrar apenas que ‘everything happens for a reason’. Amo você.

terça-feira, 8 de março de 2011

Por aquilo que não foi valorizado

Passado um tempo, a gente começa a enxergar a vida com outros olhos. São lições, ensinamentos e tantas outras coisas ligadas aos últimos acontecimentos que nossa cabeça, de tão cheia, quase se desprende do pescoço.
Daí você faz uma autoanálise pra ver se consegue descobrir os pontos fracos e fortes que há em sua personalidade. Dessa maneira, quase que instantaneamente, algumas pessoas vem à sua mente. São as mais importantes para você. Naquele momento. Naquela fase de sua vida.
A primeira coisa a se pensar é o que você tem feito pra elas e se tem sido o suficiente. A conclusão? Na mesma hora você diz que tem feito até demais, que ninguém dá valor, que você é um palhaço, que não podiam ser assim com você e blá blá blá... Esse momento de revolta é totalmente justificado e compreendido pela maioria. No entanto, não é permitido enxergar as coisas desse modo. Não mesmo.
Você, depois da raiva passar e esfriar a cabeça entende a situação por completo: Não há a necessidade de você deixar de ser quem você é apenas para satisfazer seu ego. Se agradar os outros, defendê-los, se doar e querer que fiquem por perto te faz bem, vá em frente. O que não pode acontecer é você deixar de fazer isso como forma de punição por ninguém – supostamente – dar o valor que você espera, tampouco já fazê-las com medo de se machucar.
Tem gente que simplesmente não merece tudo isso e, por mais que doa, em algum momento de sua vida você perceberá isso. Tem gente também que está te observando de fora, louca pra fazer parte do seu dia-a-dia e que você, por estar fechado e ocupado demais com as outras pessoas, não percebe e nem permite. Ninguém é o mesmo pra sempre nem fará as mesmas coisas para sempre. Vamos valorizar aquilo que temos e o que fazem por nós agora. Tudo pode mudar hoje ou amanhã ou daqui um mês ou daqui uma década.

quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

Mililitros que valem uma fortuna.

Todos falam que há diversos tipos de amizade, que amizade pode ser considerada em níveis diferentes, coisa e tal. Pensando nisso, comecei a enxergar essa relação de proximidade com os amigos, bem metaforicamente: passei a ver meus amigos como líquidos. É, isso mesmo. Pode parecer loucura ou algo sem muita relevância. Mas se vocês levarem as situações ao âmago de suas emoções, perceberão e saberão – instantaneamente – qual amigo se encaixa em tal descrição. Vamos nessa.
Podemos começar nos enxergando como se fôssemos um copo d’água. Sendo assim, você é transparente, serve pra muita coisa, mostra qualquer coisa que apareça de diferente e algumas vezes se sente usado demais. Se prepare! Alguém vem à sua direção. É o suco. Vocês costumam se dar bem, geralmente agradam a todos. Uma combinação interessante. Mas tem um problema: vocês devem sempre estar em equilíbrio e estão cientes disso. Os dois devem se dedicar da mesma maneira. Quando isso não acontece, quando a água se doa mais, o sabor fica estranho, perde o gosto; quando o suco sai à frente, torna aquilo muito forte, tão forte que ninguém aguenta.
Há aquele amigo que é a Coca-Cola. Quando vocês estão juntos ninguém percebe que são diferentes, ou que há um acréscimo de água no refrigerante. Mas lá dentro, quem prova de vocês não aprova, perde o gosto. É algo sem sabor, sem gás, é algo para “inglês ver”, para fazer cena. Temos também o amigo que é óleo. Vocês formam uma imagem bonita e tudo mais. O problema é que, mesmo você aceitando ficar por baixo, deixar que ele chame mais atenção, ele não quer se misturar com você, e isso faz sair bolhas de tanta frustração.
Bom, e por fim, há aquele amigo que é exatamente como você. É, é outro composto por água. Como se fosse naquelas histórias onde tudo parece impossível, aquelas que você nunca imagina encontrar alguém tão parecido com você. Vocês se juntam e formam um só do mesmo; se separam e voltam a ser vocês mesmos. Ao se unirem, são capazes de transformar várias coisas, desde sólidos em líquidos até líquidos em sólidos. São capazes, acima de tudo, de permanecerem unidos mesmo com algo que posso vir a atrapalhá-los. Qual líquido você é? E qual você quer ser? Vamos correr atrás do tempo perdido, buscar viver de uma maneira diferente, afinal, neste caso, é completamente permitido chorar pelo leite derramado.
P.S.: Amigos, obrigado por tudo. Amo vocês, de verdade.

Paulo Pimenta

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

'Ó pátria amada, idolatrada, salve, salve!' Será?

Sento-me no parapeito da janela e vejo um misto de vermelho e azul cobrindo nossas cabeças. O que penso? Serra e Dilma! Qual dos dois sumirá primeiro? O vermelho do por-do-sol (ou seria inferno?) ou o azul do céu?
Coisa feia é a disputa presidencial deste ano. Nunca vi cidadãos tão mal informados. Agora que tudo leva o nome de “reforma”, os pobres-coitados acham que a casa deles também passará por isso. E você acha que a Dilma vai se preocupar com sua casa, meu filho? Nem pensar! Ela está se preocupando é com a Reforma Ortográfica, tirando o acento de “ideia” e colocando o assento em seu jato particular - herdado do atual presidente. Já comigo é ao contrário. Vou para o assento a fim de tirar ideias desta frequente mente.
Enquanto ando pelas ruas da cidade, sinto a brisa bater em meu rosto e logo fujo. Disparo rumo ao desconhecido. Aproveitando o vento que me lança à frente, me escondo dos políticos e guardo um pouco de ar dentro de um pote, sem que ninguém saiba, afinal, Serra disse que a energia eólica pode acabar. Estimado candidato, o vento, por acaso é esgotável? Na dúvida, começo uma coleção de ventos para mostrar aos meus filhos, caso isso venha a acontecer.
Tenho medo de colocar mais gente neste mundo, confesso. As crianças cada dia pedem coisas mais absurdas e mais caras. Mas no preço da maçã, no preço do pão, dá pra comprar alguma coisa que entre na listinha de “supérfluos”? Descobri que as pessoas que votaram na Dona Weslian pretendem investir todo o salário mínimo que ganham em gado, sabia? Pois é, comprarão 2 kg de carne. E carne de panela, ainda por cima. Afinal, é o que se pode fazer com os míseros reais que esses eleitores desinformados recebem.
Você deve estar pensando: ‘quem esse moleque pensa que é para falar de política?’. Realmente, não sou ninguém. Não faço parte de um grupo relevante que se reúne para discutir assuntos como este. No entanto, com minha consciência de cidadão quero que o Brasil tenha, de verdade, ordem e progresso. Espero ainda, que os eleitores de hoje e eu, possamos ser considerados um povo heroico após ouvirem nosso ‘brado retumbante’, em busca de um país melhor.
Paulo Pimenta

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Fica comigo esta noite.

Me entrego ao cansaço e decido que irei dormir. Desligo o computador e me despeço de meus 'cyberamigos'. Vou à cozinha, pego um copo e o encho com bastante água gelada. Enquanto o copo enche, perco-me em meus pensamentos até perceber que a água transbordou o copo.
Recolho meus pertences: celular, fone de ouvido, caderno e estojo e encaminho-me para o quarto. Hoje o quarto é só meu, meu irmão não está aqui e, provavelmente, dormirá na casa de alguma mulher que aceitou seu déficit de beleza e superávit de azaração.
Solidão? Liberdade? Eu diria T-R-A-N-Q-U-L-I-D-A-D-E. Devemos tentar aprender a viver sozinho, depender dos outros sempre não é o mais indicado e além do mais, é na solidão que nos encontramos - como agora, por exemplo, que eu, prestes a dormir, gastei 15 linhas para contar o que fiz em dois minutos e meio.
Mas por favor, nunca se esqueçam que solidão demais endurece e dilacera o coração
.

Paulo Pimenta

sábado, 4 de setembro de 2010

Eu reclamo, tu reclamas.

É, setembro chegou! As dificuldades e frustrações foram deixadas pra trás no impiedoso agosto. As pessoas até tentam, eu sei que tentam, mas o mês oito, sem nenhum feriado, sem nada-de-bom, é mesmo digno do nosso respeito? Aquele calor, aquela secura...
Mas o importante mesmo é que o atravessamos sem grandes perdas e desesperos.
Preste atenção: setembro bate à sua porta trazendo para você a lembrança de que sua listinha de planos feita no Reveillon tem apenas mais três meses para ser cumprida! Cuidado!
Dia desses estava pensando em como somos insatisfeitos. Os adjetivos com sentido negativo utilizados no início do texto foram apenas para que minha afirmação tivesse uma base.

- Menina do céu, não aguento mais esse clima seco. Meu nariz sangra todo dia, todo mundo fica suando no ônibus cheio, é um terror!
- Nossa coração, nem eu. Essa tal de “humildade” relativa do ar tá baixa mesmo né? Vi no DFTV de hoje. Que coisa né.
- Pois é. Lá em casa eu deixo os menino tudo se “banhá” de mangueira. Toda hora eu falo pra eles molharem a cabeça por causa do sol na muleira.
- Ainda bem que setembro já tá chegando e a seca vai embora de vez. Vem aquela chuva boa pra gente dormir gostoso.

Aí meus amigos, a época de chuvas, enfim, chega. E o que as pessoas fazem?

- Amiga você viu o tanto de estrago que essa chuva tá causando? Onti mesmo lá perto de casa uma árvore caiu em cima de um carro.
- Minha irmã, deixa eu te contar da maior. Tava eu, toda bonitona indo trabalhar de manhã, chovendo, aí todos os lugares que eu tinha que passar tavam cobertos de lama, me sujei todinha!
- Ixe! E o filho da patroa que bateu o carro por causa da pista molhada.
- Rum! Pior aconteceu comigo. Eu tava no ponto de ônibus e não me cabia lá dentro, fiquei ensopada! Fiquei indignada, esse governo não faz as coisas direito.

Quer saber mesmo o que nós somos? MAL AGRADECIDOS.
Gostamos mesmo é de reclamar, parece que está em nossa essência.
As pessoas, com a chuva, ficam menos amigas e hospitaleiras. Fecham a cara por tudo. Fazem aquela cara-de-metrô onde quer que estejam: olham fixamente pra frente, não dão abertura, não pensam em ajudar e só querem chegar ao destino final.
É como se elas achassem que fossem ficar molhadas para sempre. Como se a água que cai sobre elas, as penetrasse e as enchesse de sentimentos individualistas.
Mas a verdade é cada um carrega um pouco de sol dentro de si. Cada um espera apenas que a escuridão vá embora e deixe o clarão aparecer. Enxergar com os olhos do coração é a única maneira de deixar-se iluminado. As pessoas podem ser aquele sol da manhã, bem fraquinho, ou aquele sol de meio dia, super intenso. Basta que em seus âmagos, elas se deixem levar pelos astros dos bons ventos.

Paulo Pimenta